Eu não sei se vocês se lembram de quando falei ou
choraminguei sobre o problema de um amigo íntimo que acabava com a própria vida,
com a de sua família, com a minha e com a dos que vivem resguardados na proteção da minha casa. Foi
no espaço que alguns jornais dispensam aos leitores que eu pude desabafar a
dor, que de leve, ainda sinto. Só
aqueles que se permitiram ler aqueles textos tiveram a ideia da dimensão dos
fatos. Pois bem, este jovem, que tem a
mesma idade do meu filho mais novo, foi
com quem dividi cada carinho que dei aos meus filhos e mesmo assim desgarrou-se
do bando para seguir o caminho das drogas. Cansado com os maus tratos que ela
impôs a ele e o abandono dos amigos, rendeu-se à abstinência na esperança de
sobreviver. Entretanto salvou-se dos
mortos vivos e dos fantasmas que habitavam a clínica de recuperação para
dependentes químicos de onde retornou quando teve alta. Lutou contra os desejos
de voltar à droga e até perdeu algumas batalhas nessa guerra louca, mas
sucumbiu, mesmo que a contra gosto aos caprichos dela. Nova luta, novos
desafios. Muitas lágrimas e novos empregos foram por ele perdidos. Por último e
já fragilizado pela abstinência, sentiu-se mal a ponto de buscar a morte. Todos estávamos com ele e dos que
juraram amizade eterna, só alguns poucos, como sua mulher, seu filho, sua mãe,
pai e dois ou três amigos que acreditaram nele não o deixaram. Uma, entre tão
poucas mãos que a ele eram oferecidas,
se destacou para envolve-lo num abraço tão forte e verdadeiro que o meu amigo,
antes senhor de si e de todas as situações, prostrou-se de joelhos aos pés do
seu salvador. Era a mão de Deus que sem dizer uma palavra o abraçou para com
ele trilhar o caminho onde só os puros, os "limpos" de quaisquer
vícios, caminham. Antes, só pensávamos
nas armadilhas da abstinência, mas agora, com determinação é fé em Deus,
seguimos os que vão na frente com os quais falamos sobre tudo e qualquer coisa,
até sobre drogas, mas sem tirar do horizonte os olhos secos das lágrimas, porém
iluminados pela esperança.
A VIDA É UMA DROGA.
Nem sempre viver por viver vale a pena.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
EU SOU ASSIM...
O relógio para mim não tem ponteiro, não tem números ou tenha mostrador. O relógio, pelo menos o meu não marca o tempo, não marca a sorte, não marca nada que se possa confiar. Ele, por assim dizer, não passa de um enfeite na parede. Seu tic-tac é cansativo, entedioso e mesmo que alguém achasse que decorava alguma coisa para mim não seria mais que um estorvo pendurado ali.
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